Gostaríamos de agradecer ao Dr. Zheng‐cai Lou por seus comentários valiosos e precisos sobre o nosso artigo.1 Em primeiro lugar, os principais resultados da timpanoplastia pediátrica tipo 1 são as taxas de sucesso do enxerto e os resultados auditivos pós‐operatórios. Nossos resultados indicam que a taxa de sucesso do enxerto foi de 92,1% do grupo cartilagem, em comparação com 65% do grupo fáscia temporal, respectivamente. No grupo fáscia, o gap no pré‐operatório foi de 33,68±11,44dB e no pós‐operatório, de 24,25±12,68dB. No grupo cartilagem, o gap aéreo‐ósseo no pré‐operatório foi de 35,68±12,94dB e no pós‐operatório, 26,113±12,87dB. A taxa de sucesso anatômico do grupo cartilagem foi significativamente melhor do que a do grupo fáscia (p<0,01). Não houve diferença significativa nos resultados funcionais entre os grupos fáscia e cartilagem (p>0,05). A espessura da cartilagem tragal foi medida com precisão por um micrômetro e registada intraoperatoriamente. Uma parte de comprimento regular da cartilagem tragal foi excisada e a espessura da cartilagem tragal foi medida. A mensuração da espessura foi feita pelo mesmo cirurgião (YY). Todas as medidas foram repetidas pelo segundo cirurgião (MÇ) para evitar variações entre observadores. Três medidas foram feitas para evitar discrepâncias e resultados incorretos. As mensurações foram feitas nas partes superior, média e inferior da cartilagem tragal. A espessura média da cartilagem tragal foi aceita como a média de três medidas. A espessura média total da cartilagem tragal foi 0,693±0,094mm no sexo masculino e 0,687±0,058mm no sexo feminino. Que seja de nosso conhecimento, o presente estudo é o primeiro estudo de mensuração da espessura da cartilagem tragal na timpanoplastia pediátrica.2
O Dr. Zheng‐cai Lou aponta que “revisão retrospectiva” e “alocação aleatória” sejam coisas contraditórias, comenta sobre o desenho de nosso estudo. A observação está correta. Mas, na discussão, a explicação dessa condição foi colocada em destaque. Honestamente, não há consenso sobre a seleção de materiais de enxerto para timpanoplastias; depende inteiramente da experiência e das preferências do cirurgião. Em nossa clínica, a seleção de materiais de enxerto para timpanoplastias pediátricas depende inteiramente da experiência e preferências do cirurgião. Isso resulta em uma alocação aleatória por parte dos cirurgiões, com o uso de enxertos com fáscia do músculo temporal ou cartilagem tragal. A seleção do material de enxerto em geral não é objeto do nosso desenho de estudo. Portanto, para essa condição, não houve contradição. Imaginamos que o Dr. Lou poderia nos entender melhor após uma avaliação mais cuidadosa. Concordamos com a necessidade de futuros estudos prospectivos com controle aleatório e que um maior tamanho da amostra e maior tempo de seguimento são necessários para comparar os resultados anatômicos e funcionais entre vários tipos de cartilagem.
Em relação aos outros comentários sobre os critérios de exclusão, gostaríamos de agradecer por nos chamar a atenção sobre o fato. O tecido de granulação pode afetar o sucesso das timpanoplastias pediátricas, mas nenhum estudo relatou essa condição. Honestamente, no prontuário de nossos pacientes, não há registro a respeito de tecido de granulação em timpanoplastias pediátricas.
Embora os dados sobre a seleção de material de enxerto para timpanoplastias pediátricas continuem a aumentar, não há, por enquanto, consenso.3 No entanto, futuramente também planejamos comparar os resultados anatômicos e funcionais de vários tipos de enxerto (de pericôndrio, de fáscia, de várias cartilagens [conchal e tragal]) e diferentes espessuras de cartilagens em timpanoplastias pediátricas.
Conflitos de interesseOs autores declaram não haver conflitos de interesse.
Como citar este artigo: Yegin Y, Çelik M. Response to the Letter to the Editor regarding “Comparison of temporalis fascia muscle and full‐thickness cartilage grafts in type 1 pediatric tympanoplasties” by Yegin et al. (BrazJ Otorhinolaryngol. 2016;82:695–701). Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:606–7.