TY - JOUR T1 - Familial misophonia or selective sound sensitivity syndrome: evidence for autosomal dominant inheritance? JO - Brazilian Journal of Otorhinolaryngology T2 - AU - Sanchez,Tanit Ganz AU - Silva,Fúlvia Eduarda da SN - 25300539 M3 - 10.1016/j.bjorlp.2017.08.011 DO - 10.1016/j.bjorlp.2017.08.011 UR - http://www.bjorl.org.br/pt-familial-misophonia-or-selective-sound-articulo-S253005391730278X AB - IntroduçãoA misofonia é uma condição recentemente descrita, mal compreendida e negligenciada. É caracterizada por fortes reações negativas de ódio, raiva ou medo quando os indivíduos precisam enfrentar alguns sons repetitivos seletivos e de baixa intensidade. Os mais comuns que desencadeiam tais reações aversivas são aqueles provocados pela boca (mascar goma ou mastigar comida, estalar os lábios) ou nariz (respirando, cheirando e soprando) ou pelos dedos (digitando, amassando papel, clicando a caneta, tamborilando na mesa). Artigos anteriores citam que esses indivíduos geralmente conhecem pelo menos um parente próximo com sintomas semelhantes, sugerindo um possível componente hereditário. ObjetivoEncontramos e descrevemos uma família com 15 membros com misofonia, detalhando suas características comuns e o padrão de sons que desencadeiam um desconforto tão forte. MétodoTodos os 15 membros concordaram em nos fornecer seus dados epidemiológicos e 12 concordaram em responder a um questionário específico que investigou os sintomas, sons de gatilho específicos, principais sentimentos evocados e atitudes adotadas por cada participante. ResultadosOs 15 membros pertencem a três gerações da família. A idade variou de 9 a 73 anos (média de 38,3 anos, mediana de 41 anos) e 10 eram mulheres. A análise dos 12 questionários mostrou que 10 indivíduos (83,3%) desenvolveram os primeiros sintomas durante a infância ou a adolescência. A média do escore de irritação na Escala Visual Analógica de 0 a 10 foi de 7,3 (mediana 7,5). Os indivíduos relataram sentimentos de ódio/raiva, irritabilidade e ansiedade em resposta a sons, e enfrentaram a situação pedindo para interromper o som, deixando/evitando o lugar e até mesmo discutindo. Os sintomas associados auto‐relatados foram ansiedade (91,3%), zumbido (50%), transtorno obsessivo‐compulsivo (41,6%), depressão (33,3%) e hipersensibilidade aos sons (25%). ConclusãoA alta incidência de misofonia nessa distribuição familiar em particular sugere que possa ser mais comum do que o esperado e suscita a possibilidade de haver uma etiologia hereditária. ER -