Compartilhar
Informação da revista
Vol. 85. Núm. 1.
Páginas 83-91 (Janeiro - Fevereiro 2019)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
5634
Vol. 85. Núm. 1.
Páginas 83-91 (Janeiro - Fevereiro 2019)
Artigo original
Open Access
Nasal patency and otorhinolaryngologic‐orofacial features in children
Patência nasal e características otorrinolaringológicas e orofaciais em crianças
Visitas
5634
Jovana de Moura Milanesia,
Autor para correspondência
jovanamil@yahoo.com.br

Autor para correspondência.
, Luana Cristina Berwiga, Luiz Henrique Schuchb, Rodrigo Agne Ritzelb, Ana Maria Toniolo da Silvac, Eliane Castilhos Rodrigues Corrêad
a Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Distúrbios de Comunicação Humana, Santa Maria, RS, Brasil
b Hospital Universitário de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil
c Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Fonoaudiologia, Santa Maria, RS, Brasil
d Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Fisioterapia, Santa Maria, RS, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (1)
Tabelas (3)
Tabela 1. PFIN (valores estimados e absolutos) e dados da anamnese e exame OTRL
Tabela 2. PFIN (valores estimados e absolutos) e estruturas estomatognáticas (protocolo MBGR)
Tabela 3. PFIN (valores estimados e absolutos) e funções estomatognáticas (protocolo MBGR)
Mostrar maisMostrar menos
Abstract
Introduction

Nasal obstruction is a common symptom in childhood, related to rhinitis and pharyngeal tonsil hypertrophy. In the presence of nasal obstruction, nasal patency may be reduced, and nasal breathing is replaced by mouth breathing. Orofacial and otorhinolaryngologic changes are related to this breathing mode. Objective evaluation of upper airways may be obtained through nasal patency measurement.

Objective

To compare nasal patency and otorhinolaryngologic‐orofacial features in children.

Methods

One hundred and twenty three children, 6–12 year‐old, and of both sexes underwent speech therapy evaluation, according to Orofacial Myofunctional Evaluation protocol, clinical and endoscopic otorhinolaryngologic examination and nasal patency measurement, using the absolute and predicted (%) peak nasal inspiratory flow values.

Results

Lower values of absolute and estimated peak nasal inspiratory flow values were found in children with restless sleep (p=0.006 and p=0.002), nasal obstruction report (p=0.027 and p=0.023), runny nose (p=0.004 and p=0.012), unsystematic lip closure during mastication (p=0.040 and p=0.026), masticatory speed reduced (p=0.006 and p=0.008) and altered solid food swallowing (p=0.006 and p=0.001). Absolute peak nasal inspiratory flow was lower in children with pale inferior turbinate (p=0.040), reduced hard palate width (p=0.037) and altered speech (p=0.004). Higher absolute values were found in children with increased tongue width (p=0.027) and, higher absolute and predicted (%) in children with mild everted lip (p=0.008 and p=0.000).

Conclusions

Nasal patency was lower in children with restless sleep, rhinitis signs and symptoms, hard palate width reduced and with changes in mastication, deglutition and speech functions. It is also emphasized that most of the children presented signs and symptom of allergic rhinitis.

Keywords:
Nasal obstruction
Rhinitis
Mouth breathing
Stomatognathic diseases
Mastication
Resumo
Introdução

A obstrução nasal é um sintoma comum na infância relacionado a rinite e hipertrofia das tonsilas faríngeas. Na presença de obstrução nasal, a patência nasal pode estar reduzida e a respiração nasal ser substituída por respiração oral. Alterações orofaciais e otorrinolaringológicas estão relacionadas a esse modo de respiração. A avaliação objetiva das vias aéreas superiores pode ser obtida através da medida da patência nasal.

Objetivo

Comparar a patência nasal e características otorrinolaringológicas e orofaciais em crianças.

Método

Foram submetidas 123 crianças de seis a 12 anos, de ambos os sexos, a avaliação fonoaudiológica, de acordo com o protocolo de avaliação Miofuncional Orofacial, exame clínico e endoscópico otorrinolaringológico e medição da patência nasal, com o uso do pico de fluxo inspiratório nasal em valores absolutos e valores estimados (% pico de fluxo inspiratório nasal).

Resultados

Valores mais baixos de pico de fluxo inspiratório nasal e % pico de fluxo inspiratório nasal foram encontrados em crianças com sono agitado (p = 0,006 e p = 0,002), relato de obstrução nasal (p = 0,027 e p = 0,023), rinorreia (p = 0,004 e p = 0,012), fechamento não sistemático dos lábios durante a mastigação (p = 0,040 e p = 0,026), velocidade mastigatória reduzida (p = 0,006 e p = 0,008) e alteração da ingestão de alimentos sólidos (p = 0,006 e p = 0,001). O pico de fluxo inspiratório nasal foi menor em crianças com conchas inferiores pálidas (p = 0,040), redução da largura do palato duro (p = 0,037) e alterações da fala (p = 0,004). Valores maiores foram encontrados em crianças com largura da língua aumentada (p = 0,027). Valores maiores de pico de fluxo inspiratório nasal e % de pico de fluxo inspiratório nasal foram observados em crianças com lábio levemente evertido (p = 0,008 e p = 0,000).

Conclusões

A patência nasal foi menor em crianças com sono agitado, sinais e sintomas de rinite, redução da largura do palato duro e alterações nas funções de mastigação, deglutição e fala. Enfatiza‐se também que a maioria das crianças apresentava sinais e sintomas de rinite alérgica.

Palavras‐chave:
Obstrução nasal
Rinite
Respiração oral
Doenças estomatognáticas
Mastigação
Texto Completo
Introdução

A obstrução nasal é o sintoma mais comum em crianças e pode estar relacionada à presença de condições nasais inflamatórias, como rinite e hipertrofia das tonsilas faríngeas.1,2 Na presença de obstrução nasal, a respiração nasal é substituída pela respiração oral.3–5 As vias aéreas superiores podem ser avaliadas através da medição da patência nasal. O Pico de Fluxo Inspiratório nasal (PFIN) é um instrumento objetivo, confiável e fácil de usar para a detecção do distúrbio de patência nasal obstrutiva e/ou inflamatória, inclusive em crianças.6,7 Esse instrumento tem sido usado para avaliar a intensidade da obstrução nasal e o resultado do tratamento e seguimento.1,8 Autores estabeleceram valores de referência do PFIN para crianças saudáveis brasileiras de oito a 15 anos.7 Portanto, além da detecção do transtorno de patência nasal, é possível quantificar sua magnitude e relacioná‐la às alterações otorrinolaringológicas (OTRL) e orofaciais.

Aspectos clínicos e exames complementares são usados para avaliação das vias aéreas superiores. Na rinite, por exemplo, os principais sinais e sintomas incluem espirros paroxísticos, prurido e obstrução nasal, rinorreia, prurido orofaríngeo, hiperemia e prurido ocular, secreção hialina e hipertrofia e palidez das conchas inferiores.9 Essa condição é uma das doenças respiratórias mais prevalentes na infância.10 Em relação aos exames complementares, a nasofibroendoscopia e/ou a radiografia da nasofaringe são essenciais para identificar os fatores etiológicos da respiração oral (RO), principalmente a hipertrofia da tonsila faríngea.2

A respiração oral ocorre na tentativa de uma passagem de fluxo de ar mais eficiente causando algumas alterações.3 As consequências mais comuns do modo de respiração oral são a posição entreaberta dos lábios, a hipofunção do músculo orbicular, o lábio inferior evertido e a posição da língua no assoalho da boca ou interposta entre as arcadas, palato duro estreito e profundo, deglutição atípica e alterações no desenvolvimento craniofacial, como aumento do terço inferior da face.3,11–13 Acredita‐se que essas alterações sejam relativas à magnitude da obstrução nasal, isto é, à qualidade de patência nasal. Além disso, a influência do fator etiológico sobre as consequências da respiração oral pode ser diversa e necessitar de maiores investigações. O objetivo deste estudo foi comparar a patência nasal e características otorrinolaringológicas e orofaciais em crianças de seis a 12 anos.

Método

Este estudo prospectivo é derivado de um projeto intitulado “Caracterização e avaliação integradas da motricidade orofacial e doenças da postura corporal – fase II”, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, sob protocolo no 08105512.0.0000.5346, com desenho observacional e transversal.

Para este estudo, crianças de seis a 12 anos, de ambos os sexos, foram recrutadas em uma escola de ensino fundamental. Todos os pais ou tutores foram informados sobre os procedimentos e assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a resolução 466/12 do Comitê Nacional de Saúde (CNS). Foram incluídas crianças com dentição mista ou permanente e função ventilatória normal, verificada por espirometria. A avaliação por espirometria (One Flow – Clement Clarke) foi feita, de acordo com as recomendações da American Thoracic Society14 e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.15 Foram estabelecidos alguns critérios de exclusão: sinais e sintomas de exacerbação de rinite, terapia anti‐histamínica ou corticoide oral ou tópica nos últimos 30 dias, crianças submetidas a tratamento ortodôntico, fisioterapia ou de fonoaudiologia, cirurgia facial ou trauma ou com sinais evidentes de doença neurológica e/ou malformação craniofacial (inclusive alterações do sistema estomatognático causadas por essas doenças neurológicas e malformações). Crianças com sinais e sintomas de rinite infecciosa e outros tipos de rinite também foram excluídas.

Todos os participantes foram submetidos a avaliações fonoaudiológica, otorrinolaringológica (OTRL) e fisioterapêutica por avaliadores com mais de cinco anos de experiência e cegados entre si. Os processos de seleção e avaliação são mostrados na figura 1, bem como as variáveis analisadas.

Figura 1.

Fluxograma de seleção, procedimentos de avaliação e variáveis analisadas.

(0,54MB).

A avaliação do sistema estomatognático foi feita por um fonoaudiólogo experiente em motricidade orofacial, por meio do protocolo MBGR.16 As funções de mastigação, deglutição e fala foram avaliadas de acordo com o protocolo, e as filmagens e fotografias foram feitas.

Um otorrinolaringologista avaliou as crianças, considerando aspectos como hipertrofia tonsilar palatina e faríngea, desvio do septo nasal e edema da mucosa nasal, por meio de oroscopia e rinoscopia anterior. Também foi feita endoscopia nasal ou radiografia lateral da nasofaringe, dependendo da aceitação da criança. As avaliações das tonsilas palatinas e faríngeas seguiram, respectivamente, as classificações de Brodsky e Koch17 e Parikh.18 Além disso, a presença de sinais e sintomas de rinite foi analisada qualitativamente, tais como: hipertrofia e palidez das conchas inferiores, secreção hialina, espirros paroxísticos, prurido e obstrução nasal, rinorreia, prurido orofaríngeo, hiperemia e prurido ocular.9 Quando presente, a rinite alérgica (RA) foi classificada de acordo com a iniciativa ARIA (Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma),19 relacionada à frequência dos sintomas (intermitente ou persistente) e intensidade (leve ou moderada/grave).

A medida do Pico de Fluxo Inspiratório nasal (PFIN) foi usada para a avaliação objetiva da patência nasal. Ela foi avaliada por um fisioterapeuta, com o uso do equipamento In Check Inspiratory Flow Meter (Clement Clarke International, Reino Unido), com base no volume residual (VR), ou seja, uma expiração completa seguida de uma inspiração nasal profunda tão rápida e forte quanto possível, com a boca fechada e uma máscara bem adaptada à face. O maior valor obtido a partir de três medidas foi registrado.20 Os valores obtidos foram transformados em porcentagem dos valores estimados de PFIN, definidos por Ibiapina et al.,7 de acordo com o sexo e a estatura.

O software Statistica 9.1 (Statistica for Windows – versão 9.1 Stat Soft) foi usado para análise de dados descritivos e inferenciais, considerou‐se p < 0,05 como nível significativo. Os dados são apresentados como mediana e intervalo interquartil. O teste de Lilliefors foi usado para a análise de normalidade de dados. Os valores de patência nasal foram comparados com características otorrinolaringológicas e orofaciais através dos testes de Mann‐Whitney, Kruskal‐Wallis e teste de comparações múltiplas.

Resultados

Este estudo analisou patência nasal e características otorrinolaringológicas e orofaciais, comparou condições normais e alteradas em 123 crianças, 69 meninos e 54 meninas, com média de 8,5 ± 1,6 anos.

A tabela 1 mostra os valores de %PFIN, PFIN (estimados e absolutos) e dados da anamnese e do exame OTRL. Valores significativamente mais baixos de PFIN e %PFIN foram encontrados em crianças com sono agitado, relato de obstrução nasal e rinorreia. Também foi encontrado um PFIN significativamente inferior em crianças com concha inferior pálida.

Tabela 1.

PFIN (valores estimados e absolutos) e dados da anamnese e exame OTRL

Variáveis  %PFIN  p  PFIN  p 
Sono agitado
Não  62  92,8 (82–109)  0,006a99,0 (80–112)  0,002a 
Sim  61  82,0 (68–94)  80,0 (70–100)   
Ronco
Não  53  87,5 (68–103)  0,72390,0 (70–110)  0,628 
Sim  70  89,0 (77–101)  90,0 (75–100)   
Dormir de boca aberta
Não  42  88,7 (77–106)  0,51090,0 (80–112)  0,676 
Sim  81  87,6 (71–100)  90,0 (75–100)   
Obstrução nasal
Não  59  92,4 (80–104)  0,027a92,0 (80–110)  0,023a 
Sim  64  84,8 (67–99)  80,0 (70–100)   
Rinorreia
Não  81  92,7 (79–107)  0,004a95,0 (80–110)  0,012a 
Sim  42  82,3 (67–92)  80,0 (65–100)   
Prurido nasal
Não  62  92,7 (78–104)  0,07491,0 (80–110)  0,052 
Sim  61  85,0 (68–97)  82,0 (70–100)   
Espirros
Não  39  93,0 (78–111)  0,16595,0 (80–110)  0,382 
Sim  84  87,3 (69–99)  90,0 (70–101)   
Tonsilas faríngeasb
Não obstrutivas  46  87,5 (78–103)  0,78991,0 (75–102)  0,928 
Obstrutivas  28  89,9 (80–110)  95,0 (77–105)   
Tonsilas palatinas
Não obstrutivas  109  87,5 (77–103)  0,49090,0 (75–105)  0,371 
Obstrutivas  14  90,0 (66–95)  85,0 (65–100)   
Hipertrofia de conchas inferiores
Não  61  85,0 (69–97)  0,05182,0 (70–100)  0,171 
Sim  62  92,0 (80–108)  96,5 (78–105)   
Concha inferior pálida
Não  30  91,4 (82–111)  0,190100,0 (82–118)  0,040a 
Sim  93  87,1 (71–101)  85,0 (70–100)   
Secreção hialina
Não  42  89,3 (76–101)  0,94095,0 (78–105)  0,530 
Sim  81  87,5 (71–103)  90,0 (70–100)   
Frequência da rinite
Não  16  83,8 (70–100)  0,86688,5 (72–110)  0,689 
Intermitente  56  89,7 (73–101)  85,0 (72–100)   
Persistente  51  87,5 (78–104)  98,0 (75–102)   
Intensidade da rinite
Não  16  83,8 (70–100)  0,24488,5 (72–110)  0,692 
Leve  60  90,8 (77–108)  90,0 (79–110)   
Moderada/grave  47  87,1 (65–97)  90,0 (70–100)   

Valores expressos como mediana e intervalo interquartil.

%PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal estimado; PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal (L/min).

a

Anova com Kruskal‐Wallis; teste de Mann‐Whitney; p < 0,05.

b

Dados faltantes: 49.

A tabela 2 descreve os valores de PFIN e %PFIN, compara‐os com as variáveis estomatognáticas relacionadas às estruturas avaliadas através do protocolo MBGR, com diferença significativa no formato do lábio inferior e largura da língua e do palato duro.

Tabela 2.

PFIN (valores estimados e absolutos) e estruturas estomatognáticas (protocolo MBGR)

Variáveis  %PFIN  p  PFIN  p 
Tipo facial
Médio  57  87,1 (74–100)  0,730  85 (70–110)  0,254 
Longo  27  90 (77–101)    95,7 (80–110)   
Curto  39  87,4 (68–107)    86,0 (70–100)   
Padrão facial lateral
Reto  58  86,9 (68–101)  0,364  82 (70–100)  0,227 
Convexo  61  90,5 (79–101)    95 (80–102)   
Côncavo  93,2 (75–108)    100 (75–122)   
Ângulo nasolabial
Aprox. 90°–110°  82  87,3 (71–104)  0,971  90,0 (70–110)  0,769 
Agudo (< 90°)  16  90,3 (65–106)    91 (67–106)   
Obtuso (> 110°)  25  87,6 (84–94)    95 (80–100)   
Posição labial
Fechada  71  90,5 (77–107)  0,345  90,0 (78–110)  0,637 
Fechada com tensão  13  87,5 (80–100)    90,0 (80–100)   
Entreaberta/aberta  39  86,4 (63–101)    95,0 (60–100)   
Formato do lábio superior
Normal  88  87,3 (71–101)  0,408  85 (70–100)  0,093 
Em “asa de gaivota”  35  90 (77–106)    100 (80–110)   
Tônus do lábio superior
Normal  86  89,3 (78–101)  0,463  90 (75–102)  0,474 
Reduzido  36  86,1 (64–110)    93,5 (72–105)   
Aumentado  67,8 (–)    65 (–)   
Formato do lábio inferior
Normal  52  82 (69–93)a  0,008a  80 (70–90)b  0,000a 
Levemente evertido  60  93 (78–112)b    100 (80–115)b   
Evertido  11  92 (85–100)    100 (80–102)   
Tônus do lábio inferior
Normal  69  90,5 (77–103)  0,514  90 (75–110)  0,938 
Reduzido  54  87,1 (68–101)    96,5 (75–100)   
Aumentado  –    –   
Posição da língua
Não visível  86  90,2 (79–104)  0,131  90,0 (78–110)  0,301 
No assoalho da boca  22  86,1 (53–97)    90,0 (60–100)   
Entre os dentes  15  82,0 (65–107)    80,0 (60–110)   
Largura da língua
Normal  89  86 (70–101)  0,075  85 (70–100)b  0,027a 
Reduzida  125,5 (–)    130 (–)   
Aumentada  33  92 (81–103)    98 (80–120)b   
Tônus da língua
Normal  66  90,7 (77–104)  0,270  95 (75–110)  0,276 
Reduzido  57  85,9 (69–101)    82,0 (70–100)   
Aumentada  –    –   
Profundidade do palato duro
Adequada  52  86,9 (72–106)  0,962  90 (70–105)  0,750 
Reduzida (rasa)  90,1 (67–112)    82,5 (65–100)   
Aumentada (profunda)  69  89,3 (78–101)    90,0 (80–102)   
Largura do palato duro
Adequada  77  90,7 (79–107)  0,080  95,0 (80–100)b  0,037a 
Aumentada (larga)  90,1 (67–112)    82,5 (65–100)   
Reduzida (estreita)  44  84,5 (67–96)    80 (67–100)b   

Valores expressos em medianas e intervalo interquartil.

%PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal estimado; PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal (L/min).

a

Anova e teste de Kruskal‐Wallis; teste de Mann‐Whitney; p < 0,05.

b

Categorias com diferença estatística.

A comparação entre os valores de PFIN e %PFIN com as variáveis relacionadas às funções estomatognáticas, avaliadas através do protocolo MBGR, é mostrada na tabela 3. Foram encontrados valores significativamente diferentes na mastigação, deglutição de alimentos sólidos e funções da fala.

Tabela 3.

PFIN (valores estimados e absolutos) e funções estomatognáticas (protocolo MBGR)

Variáveis  %PFIN  p  PFIN  p 
Modo respiratório
Nasal  53  87,8 (71–103)  0,699  88,9 (70–110)  0,646 
Oral  70  89,0 (78–101)    95,0 (75–100)   
Padrão mastigatório
Bilateral alternado/unilateral preferencial  98  89,0 (74–101)  0,838  90,0 (70–110)  0,932 
Unilateral crônico/bilateral simultâneo  25  87,1 (76–103)    90,0 (78–100)   
Fechamento labial à mastigação
Sistemático  90  91,0 (77–106)b  0,040a  93,5 (78–110)b  0,026a 
Não sistemático  30  85,0 (68–95)b    80,0 (65–100)b   
Ausente  67,0 (51–85)    65,0 (55–80)   
Velocidade mastigatória
Normal  88  87,5 (77–102)b  0,021a  90,0 (76–101)b  0,016a 
Aumentada  30  96,1 (78–103)b  0,006a  99,0 (75–110)b  0,008a 
Reduzida  53 (51–74)b    55,0 (50–70)b   
Deglutição de alimentos sólidos (DAS)
Normal  108  91,0 (77–106)  0,006a  95,0 (78–110)  0,001a 
Alterada  15  82,0 (67–87)    80,0 (65–80)   
Posição da língua (DAS)
Não visualizado  104  90,2 (75–105)  0,063  91,0 (75–110)b  0,023a 
Atrás dos dentes  92,0 (86–103)    98,0 (89–104)   
Entre os dentes/ interdental  15  84,0 (51–87)    80,0 (55–90)b   
Deglutição de água (DA)
Normal  83  89,4 (78–103)  0,172  90 (80–110)  0,097 
Alterada  40  86,5 (66–102)    80,0 (70–100)   
Posição da língua (DA)
Não visualizada  22  91,3 (63–101)  0,268  92,5 (70–110)  0,171 
Atrás dos dentes  61  87,6 (80–104)    90,0 (80–110)   
Entre os dentes/interdental  40  86,5 (66–102)    80,0 (70–100)   
Fala
Normal  76  89,3 (80–102)  0,092  98,0 (80–110)  0,004a 
Alterada  47  82,6 (67–103)    80,0 (65–100)   

Valores expressos em medianas e intervalo interquartil.

%PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal estimado; PFIN, Pico de Fluxo Inspiratório nasal (L/min).

a

Anova com teste de Kruskal‐Wallis; teste de Mann‐Whitney; p < 0,05.

b

Categorias com diferença estatística.

Discussão

A literatura não é bem clara em relação ao uso de ferramentas objetivas capazes de quantificar a patência nasal em crianças. A rinomanometria, a rinometria acústica e alguns exames de imagem mais sofisticados são métodos usados na avaliação da função nasal, embora os procedimentos de avaliação não invasivos e fáceis de usar ainda sejam um desafio constante para a prática clínica. Atualmente, o PFIN é usado na avaliação das vias aéreas superiores,8,21,22 mas na literatura revisada não foram encontrados estudos sobre patência nasal relacionada aos sinais e sintomas de rinite, bem como aspectos orofaciais em crianças.

Valores reduzidos de %PFIN e PFIN foram encontrados em crianças com sono agitado, relato de obstrução nasal e palidez de concha nasal inferior. A diminuição da patência nasal pode sugerir a existência de problemas respiratórios, que consequentemente se refletem no sono. Um estudo que usou análise cefalométrica encontrou um espaço faríngeo reduzido nas crianças com alto risco de distúrbios do sono, em comparação com aquelas com baixo risco.23 Foi encontrada uma taxa de 43% de sintomas de distúrbios respiratórios do sono em 65 crianças com sintomas obstrutivos nasais.24

Esta amostra evidencia que as crianças com obstrução nasal apresentaram redução de 7,6 L/min no valor de PFIN. Esses resultados demonstram uma associação entre o sintoma e a medida objetiva da patência nasal. A obstrução nasal é o principal sintoma da rinite e pode ser atribuído à inflamação da mucosa nasal e ao aumento da secreção.8 O PFIN tem sido fortemente associado à rinite, diagnosticada pelos sintomas clínicos e pela rinoscopia anterior.25 Além disso, vários autores demonstraram boa correlação entre o PFIN e os escores clínicos de obstrução nasal.8,20,26 Deve‐se enfatizar que apenas a avaliação clínica pode ser insuficiente na detecção de obstrução nasal, uma vez que a obstrução detectada através de um exame objetivo pode ser diferente daquela relatada pelas crianças, ou seja, sua percepção pode ser subestimada ou superestimada.8,24,26 Além disso, as informações fornecidas pelo PFIN são diferentes dos relatos de sintomas qualitativos.25 Portanto, é sugerida uma combinação de métodos objetivos e subjetivos para avaliação de patência nasal.20,25,27

Os indivíduos com rinite são propensos a apresentar valores reduzidos de PFIN.8 Em um estudo recente, as crianças com rinite apresentaram, respectivamente, valores médios de %PFIN de 64,1% e 90,7% antes e após o tratamento.1 No presente estudo, os valores de PFIN e %PFIN em crianças com sinais e sintomas nasais foram, respectivamente, 80 L/min e 80%. Crianças brasileiras saudáveis, de oito a 15 anos, apresentaram valores absolutos de PFIN de 111,6 L/min em meninos e 99,2 L/min em meninas.7 Observou‐se que as crianças neste estudo apresentaram valores semelhantes a crianças saudáveis.

As consequências do modo de respiração oral têm sido amplamente estudadas nos últimos anos,4,28–31 embora as consequências específicas da diminuição da patência nasal ainda permaneçam inconsistentes. Os resultados referente às estruturas do sistema estomatognático foram bastante variados. Surpreendentemente, valores maiores de PFIN foram encontrados em crianças com leve eversão do lábio inferior e aumento da largura da língua. Valores de PFIN diminuídos foram encontrados em crianças com palato mais estreito. Não houve diferenças nos valores de PFIN relacionados às estruturas do sistema estomatognático.

A ausência de vedação labial, interposição da língua entre dentes e atresia do palato duro foram encontrados em crianças com hipertrofia adenotonsilar.30 Entretanto, essas mudanças que caracterizam RO podem não estar relacionadas ao aumento da resistência nasal ou redução do fluxo de ar nasal,32 mas ser causadas por hábitos orais.

No presente estudo, crianças com ou sem alterações nas estruturas orofaciais apresentaram valores de PFIN semelhantes a crianças saudáveis.7 Esses achados podem ser explicados considerando a RO como consequência de hábitos orais10,33 ou edema transiente da mucosa nasal.34

Em relação às funções estomatognáticas, os valores de %PFIN e PFIN foram estatisticamente menores em crianças com fechamento labial não sistemático durante a mastigação e redução da velocidade mastigatória. Tais valores de %PFIN e PFIN foram, respectivamente, 53% e 55 L/min, inferiores aos encontrados em crianças saudáveis.7 Um estudo detectou o modo de RO e alterações nas funções de mastigação e deglutição em 30 crianças com rinite alérgica.13 Os autores também encontraram correlações significativas entre o aumento dos escores de sinais e sintomas de obstrução nasal e a presença de disfunções mastigatórias e de deglutição.

A coordenação entre a respiração e a mastigação é um processo complexo e, como a respiração é uma função mais vital, o movimento mastigatório pode ser interrompido durante a RO.35 No presente estudo, observou‐se fechamento labial não sistemático, bem como em outro estudo, com crianças que apresentavam hipertrofia adenotonsilar.4 Além disso, tensão nos músculos mentual e orbicular e a interposição da língua entre os dentes durante a deglutição podem ocorrer como um mecanismo compensatório necessário para manter os alimentos dentro da boca.4

Uma redução dos valores de %PFIN e PFIN também foi observada em crianças com alteração na deglutição de alimentos sólidos. Foi identificado menor espaço da via aérea faríngea por meio de telerradiografias, em crianças de sete a 11 anos, com deglutição atípica, em comparação com o grupo controle, considerando as variáveis idade e sexo.36

Crianças com distúrbios de fala apresentaram valores significativamente mais baixos de PFIN do que aquelas com função normal de fala. Os distúrbios de fala mais comuns descritos em RO são: língua para a frente durante a emissão do fonema linguodental; imprecisão em fonemas bilabiais e fricativos e ceceio frontal e lateral.37 Uma menor velocidade do movimento mandibular durante a fala foi encontrada em crianças com rinite, em comparação com o grupo controle, mas sem significância estatística.38 De acordo com os autores, a obstrução nasal estaria relacionada a alterações na mobilidade, tônus e posição dos órgãos fonoarticulatórios.

Parece que as funções estomatognáticas são alteradas primeiro e isso poderia causar alterações estruturais ao longo do tempo. As alterações associadas à diminuição da patência nasal são também aquelas associadas à respiração oral. Isso reforça a necessidade de tratar a obstrução nasal juntamente com as funções estomatognáticas. Entretanto, pelo fato de a amostra incluir um grande número de crianças com sinais e sintomas de rinite alérgica e isso estar associado à diminuição da patência nasal, os resultados devem ser considerados com cuidado.

Apesar de a avaliação orofacial ter uma natureza observacional e qualitativa, alguns protocolos sistemáticos e padronizados têm sido usados, permitem a comparação entre os estudos.16,30 Outro fato a ser considerado refere‐se ao caráter volitivo do exame de PFIN, principalmente em crianças. Portanto, sugerem‐se pesquisas adicionais com análise quantitativa da motricidade orofacial e os aspectos metodológicos do teste de PFIN.

É relevante considerar que a obstrução nasal pode causar alterações estomatognáticas estruturais e funcionais, a fim de compensar o comprometimento do fluxo de ar, já que uma menor permeabilidade foi encontrada em crianças com disfunção mastigatória e de deglutição. Para não serem negligenciadas, essas funções exigem mais atenção, uma vez que elas não são facilmente feitas por crianças, nem observadas por pais e profissionais.

Conclusão

A patência nasal foi menor em crianças com sono agitado, sinais e sintomas de rinite, redução da largura do palato duro e alterações nas funções de mastigação, deglutição e fala. Também é enfatizado o fato de que a maioria das crianças apresentava sinais e sintomas de rinite alérgica.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
S.S.C. Fernandes, C.R. Andrade, C.C. Ibiapina.
Application of peak nasal inspiratory flow reference values in treatment of allergic rhinitis.
Rhinology, 52 (2014), pp. 133-136
[2]
C.T. Karaca, S.Z. Toros, H. Noşeri, S. Külekçi, C. Kalayck, C. Oysu, et al.
Role of allergy in children with adenotonsillar hypertrophy.
J Craniofac Surg, 23 (2012), pp. e611-e613
[3]
L.P. Franco, B.Q. Souki, P.L. Cheib, M. Abrão, T.B.J. Pereira, H.M.G. Becker, et al.
Are distinct etiologies of upper airway obstruction in mouth‐breathing children associated with different cephalometric patterns?.
Int J Pediatr Otorhinolaryngol, 79 (2015), pp. 223-228
[4]
J.F. Souza, T.H. Grechi, W.T. Anselmo-Lima, L.V.V. Trawitzki, F.C.P. Valera.
Mastication and deglutition changes in children with tonsillar hypertrophy.
Braz J Otorhinolaryngol, 79 (2013), pp. 424-428
[5]
M. Nagaiwa, K. Gunjigake, K. Yamaguchi.
The effect of mouth breathing on chewing efficiency.
Angle Orthod, 86 (2016), pp. 227-234
[6]
R.U. Teixeira, C.E. Zappelini, F.S. Alves, E.A. Costa.
Peak nasal inspiratory flow evaluation as an objective method of measuring nasal airflow.
Braz J Otorhinolaryngol, 77 (2011), pp. 473-480
[7]
C.C. Ibiapina, C.R. Andrade, P.A.M. Camargos, C.G. Alvim, A.A. Cruz.
Reference values for peak nasal inspiratory flow in children and adolescents in Brazil.
Rhinology, 49 (2011), pp. 304-308
[8]
G.M.M. Oliveira, J.A. Rizzo, P.A.M. Camargos, E.S.C. Sarinho.
Are measurements of peak nasal flow useful for evaluating nasal obstruction in patients with allergic rhinitis?.
Rhinology, 53 (2015), pp. 160-166
[9]
C.C. Ibiapina, E.S.C. Sarinho, P.A.M. Camargos, C.R. Andrade, A.A.S.C. Filho.
Rinite alérgica: aspectos epidemiológicos, diagnósticos e terapêuticos.
J Bras Pneumol, 34 (2008), pp. 230-240
[10]
R.R. Abreu, R.L. Rocha, J.A. Lamounier, A.F.M. Guerra.
Etiology, clinical manifestations and concurrent findings in mouth‐breathing children.
J Pediatr, 84 (2008), pp. 529-535
[11]
L.C. Berwig, A.M. Silva, E.C. Côrrea, A.B. Moraes, M.M. Montenegro, R.A. Ritzel.
Hard palate dimensions in nasal and mouth breathers from different etiologies.
J Soc Bras Fonoaudiol, 23 (2011), pp. 308-314
[12]
D.M. Cattoni, F.D.M. Fernandes, R.C. Di Francesco, M.R.D.O. Latorre.
Quantitative evaluation of the orofacial morphology: anthropometric measurements in healthy and mouth‐breathing children.
Int J Orofac Myol, 35 (2009), pp. 44-54
[13]
C.M. Lemos, N.S.W. Wilhelmsen, O.G. Mion, J.F.M. Júnior.
Functional alterations of the stomatognathic system in patients with allergic rhinitis: case–control study.
Braz J Otorhinolaryngol, 75 (2009), pp. 268-274
[14]
American Thoracic Society.
Lung function testing: selection of reference values and interpretative strategies.
Am Rev Respir Dis, 144 (1991), pp. 1202-1218
[15]
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Diretrizes para testes de função pulmonar.
J Bras Pneumol, 28 (2002), pp. S1-S238
[16]
I.Q. Marchesan, G. Berretin-Félix, K.F. Genaro.
MBGR protocol of orofacial myofunctional evaluation with scores.
Int J Orofacial Myology, 38 (2012), pp. 38-77
[17]
L. Brodsky, R.J. Koch.
Anatomic correlates of normal and diseased adenoids in children.
Laryngoscope, 102 (1992), pp. 1268-1274
[18]
S.R. Parikh, M. Coronel, J.J. Lee, S.M. Brown.
Validation of a new grading system for endoscopic examination of adenoid hypertrophy.
Otolaryngol Head Neck Surg, 135 (2006), pp. 684-687
[19]
J. Bousquet, N. Khaltaev, A.A. Cruz, W.J. Denburg, W.J. Fokkens, A. Togias, et al.
Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma (ARIA) 2008 update (in collaboration with the World Health Organization, GA(2)LEN and AllerGen).
[20]
M.A. Trevisan, J.H. Bellinaso, A.B. Pacheco, L.B. Augé, A.M. Silva, E.C.R. Corrêa.
Respiratory mode, nasal patency and palatine dimensios.
CoDAS, 27 (2015), pp. 201-206
[21]
G. Ottaviano, W. Fokkens.
Measurements of nasal airflow and patency: a critical review with emphasis on the use of peak nasal inspiratory flow in daily practice.
Allergy, 71 (2016), pp. 162-174
[22]
C. Chaves, C.C. Ibiapina, C.R. Andrade, R. Godinho, C.G. Alvim, A.A. Cruz.
Correlation between peak nasal inspiratory flow and peak expiratory flow in children and adolescents.
Rhinology, 50 (2012), pp. 381-385
[23]
V. Katyal, Y. Pamula, C.N. Daynes, J. Martin, C.W. Dreyer, D. Kennedy, et al.
Craniofacial and upper airway morphology in pediatric sleep‐disordered breathing and changes in quality of life with rapid maxillary expansion.
Am J Orthod Dentofac Orthop, 144 (2013), pp. 860-871
[24]
A. Isaac, M. Major, M. Witmans, Y. Alrajhi, C. Flores-Mir, P. Major, et al.
Correlations between acoustic rhinometry, subjective symptoms, and endoscopic findings in symptomatic children with nasal obstruction.
JAMA Otolaryngol Head Neck Surg, 141 (2015), pp. 550-555
[25]
R. Starling-Schwanz, R.H.L. Peake, C.M. Salome, B.G. Toelle, K.W. Ng, G.B. Marks, et al.
Repeatability of peak nasal inspiratory flow measurements and utility for assessing the severity of rhinitis.
[26]
D.L. Gomes, P.A. Camargos, C.C. Ibiapina, C.R. Andrade.
Nasal peak inspiratory flow and clinical score in children and adolescents with allergic rhinitis.
Rhinology, 46 (2008), pp. 276-280
[27]
D.L. Melo, R.V.M. Santos, T.V.C. Perilo, H.M.G. Becker, A.R. Motta.
Mouth breathing evaluation: use of Glatzel mirror and peak nasal inspiratory flow.
CoDAS, 25 (2013), pp. 236-241
[28]
A.P.D. Vilas-Boas, F.A.L. Marson, M.A.G.O. Ribeiro, E. Sakano, P.B.M. Conti, A.D.C. Toro, et al.
Walk test and school performance in mouth‐breathing children.
Braz J Otorhinolaryngol, 79 (2013), pp. 212-218
[29]
S.Y. Lee, C. Guilleminault, H.Y. Chiu, S.S. Sullivan.
Mouth breathing, “nasal disuse” and pediatric sleep‐disordered breathing.
Sleep Breath, 19 (2015), pp. 1257-1264
[30]
D.A. Bueno, T.H. Grechi, L.V.V. Trawitzki, W.T. Anselmo-Lima, C.M. Felício, F.C.P. Valera.
Muscular and functional changes following adenotonsillectomy in children.
Int J Pediat Otorhinolaryngol, 79 (2015), pp. 537-540
[31]
E.C. Costa Jr., H.A.C. Sabino, C.S. Miura, C.B. Azevedo, U.P. Menezez, F.C.P. Valera, et al.
Atopy and adenotonsillar hypertrophy in mouth breathers from a reference center.
Braz J Otorhilolaryngol, 79 (2013), pp. 663-667
[32]
S. Fujimoto, K. Yamaguchi, F. Gunjigake.
Clinical estimation of mouth breathing.
Am J Orthod Dentofac Orthop, 136 (2009),
630e1–e6307
[33]
V.S. Nihi, S.M. Maciel, M.E. Jarrus, F.M. Nihi, C.L. Salles, R.C. Pascotto, et al.
Pacifier‐sucking habit duration and frequency on occlusal and myofunctional alterations in preschool children.
[34]
M.E. Trevisan, J. Boufleur, J.C. Soares, C.J. Haygert, L.G.K. Ries, E.C.R. Corrêa.
Diaphragmatic amplitude and accessory inspiratory muscle activity in nasal and mouth‐breathing adults: a cross‐sectional study.
J Electromyogr Kinesiol, 25 (2015), pp. 463-468
[35]
N. Ikenaga, K. Yamaguchi, S. Daimon.
Effect of mouth breathing on masticatory muscle activity during chewing food.
J Oral Rehabil, 40 (2013), pp. 429-435
[36]
J.M. Júnior, A.N. Crespo.
Cephalometric evaluation of the oropharyngeal space in children with atypical deglutition.
Braz J Otorhinolaryngol, 78 (2012), pp. 120-125
[37]
S.F. Hitos, R. Arakaki, D. Solé, L.L.M. Weckx.
Oral breathing and speech disorders in children.
J Pediatr, 89 (2013), pp. 361-365
[38]
S.J.H. Lima, L.A. Pernambuco, A.L. Lins, L.C.A. Albuquerque, H.J. Silva.
Jaw movement during the speech in children with allergic rhinitis.

Como citar este artigo: Milanesi JM, Berwig LC, Schuch LH, Ritzel RA, Silva AM, Corrêa EC. Nasal patency and otorhinolaryngologic‐orofacial features in children. Braz J Otorhinolaryngol. 2019;85:83–91.

A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico‐Facial.

Copyright © 2017. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
Idiomas
Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Announcement Nota importante
Articles submitted as of May 1, 2022, which are accepted for publication will be subject to a fee (Article Publishing Charge, APC) payment by the author or research funder to cover the costs associated with publication. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. All manuscripts must be submitted in English.. Os artigos submetidos a partir de 1º de maio de 2022, que forem aceitos para publicação estarão sujeitos a uma taxa (Article Publishing Charge, APC) a ser paga pelo autor para cobrir os custos associados à publicação. Ao submeterem o manuscrito a esta revista, os autores concordam com esses termos. Todos os manuscritos devem ser submetidos em inglês.