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Vol. 81. Núm. 3.
Páginas 231 (Maio 2015)
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O treinamento da cirurgia de seios paranasais é realmente efetivo em nossas residências médicas?
Is the training for paranasal sinus surgery really effective in our medical residencies?
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Aldo C. Stamma
a Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil. Centro de Otorrinolaringologia de São Paulo, Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, São Paulo, SP, Brasil
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Desde 1901, quando Hirschmann introduziu pela primeira vez um endoscópio no seio maxilar através da fossa canina, observamos avanços tecnológicos significativos nas técnicas cirúrgicas dos seios paranasais. Entretanto, somente após 70 anos, com Messerklinger e Draf, a cirurgia endoscópica dos seios paranasais ganhou popularidade e, recentemente, passou a ser utilizada como técnica cirúrgica exclusiva, em detrimento das técnicas abertas, também chamadas de clássicas.

O problema atual talvez esteja no ensino das residências médicas, que abandonaram (ou se esqueceram) de treinar os jovens cirurgiões nas técnicas clássicas para se dedicar exclusivamente à endoscopia. Isto se deve ao fato de que os preceptores da grande maioria das residências médicas em otorrinolaringologia, sem treinamento para a cirurgia convencional, não se encontram capacitados para ensinar as técnicas clássicas.

Não resta dúvida que os procedimentos realizados com endoscópio ganharam popularidade não somente na otorrinolaringologia, mas em toda a medicina. Por exemplo, observamos o mesmo fenômeno nas cirurgias videolaparoscópicas. A célebre frase “grandes cirurgiões, grandes incisões”, há pelo menos duas décadas, vem sendo substituída por alguns pequenos orifícios e, por incontestáveis vantagens, a cirurgia endoscópica, atualmente, se posiciona como método de eleição para a maioria dos cirurgiões.

No cenário atual, com sistemas de vídeo em alta definição, instrumentais e equipamentos endoscópicos de última geração, questiona-se: a técnica aberta ou clássica ainda tem lugar no arsenal cirúrgico para os seios paranasais? Seguramente que sim, pois é comum que cirurgias endoscópicas sejam transformadas em abertas por questões de dificuldade técnica, instrumental insuficiente e inadequado ou até mesmo por complicações. Por todas essas razões, acredito que deveríamos voltar a ensinar e treinar nossos jovens cirurgiões em ambas as situações, caso contrário, na indicação ou na necessidade de se utilizar uma técnica aberta, o jovem cirurgião terá que chamar o “doutor” que muitas vezes estará ausente ou mesmo indisponível.

Por outro lado, não resta dúvida de que as cirurgias realizadas com o endoscópio não só revolucionaram as técnicas operatórias nasossinusais, como em muitas situações tornaram-se imprescindíveis. Mesmo nos procedimentos “simples” como a cirurgia das conchas nasais e septoplastia, o endoscópio tornou-se uma ferramenta extremamente útil. Entretanto, a cirurgia aberta ainda tem seu lugar e alguns exemplos incluem a punção da fossa canina, Caldwell-Luc, “mifacial degloving”, feita particularmente para o tratamento de lesões localizadas na região lateral do seio frontal entre outras.

Conflitos de interesse

O autor declara não haver conflitos de interesse.


DOI se refere ao artigo: http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2015.03.002

Como citar este artigo: Stamm AC. Is the training for paranasal sinus surgery really effective in our medical residencies?. Braz J Otorhinolaryngol. 2015; 81:231.

E-mails: cof@centrodeorl.com.br, astamm@terra.com.br

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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
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